Aconteceu nos dias 25 a 27 de julho deste ano, o Encontro Anual dos Agentes de Pastoral da diocese de São Mateus. O evento ficou fora das atividades pastorais por dois anos, em função da pandemia.
Bispo, padres, religiosos e religiosas, estiveram reunidos no Centro Diocesano de encontros na cidade de São Mateus, para participarem de uma reflexão sobre a exortação pós-sinodal do Papa Francisco, publicada em 2016, Amoris Laetitia (Alegria do Amor), que trata do amor nas relações familiares.
O evento contou com a assessoria do padre Juliano Ribeiro Almeida, mestre e doutor em teologia sistemática e membro do clero da diocese de Cachoeiro de Itapemirim. Atualmente ele é o professor das disciplinas de antropologia teológica e teologia da graça no instituto de teologia do Regional Leste 3.
O momento foi uma grande oportunidade de recuperação da mensagem de compaixão e acolhimento dirigida às famílias na exortação do Papa Francisco.
As reflexões se concentraram no capítulo 8 do documento que traz o desafio pastoral na acolhida e evangelização dos casais em novas uniões e em situações especiais no ambiente familiar.
Após trazer declarações do Magistério da Igreja e reflexões teológicas sobre o assunto, padre Juliano enfatizou a necessidade de iniciarmos processos de acolhida e integração das famílias em situação de vulnerabilidade afetiva, sacramental e pastoral em nossas comunidades.
Na visão do assessor, a Igreja precisa apressar-se para encontrar soluções pastorais, que promovam acompanhamento saudável e esclarecimentos oportunos aos membros de nossas famílias, que enfrentam consequências dolorosas das escolhas afetivas do passado.
Casais nas chamadas “situações irregulares” (amasiados, casados no civil, recasados etc) precisam de boa catequese e acompanhamento pastoral dedicado para participarem de maneira mais profunda dos Sacramentos da Igreja. “Não se pode condenar ninguém para sempre”, diz o Papa. Por isso, as comunidades precisam desenvolver práticas pastorais que ajudem as famílias a sentirem-se respeitadas e valorizadas, mesmo quando atravessam momentos dolorosos em seus relacionamentos familiares.
Diante de situações tão complexas, não cabe aos ministros da Igreja e aos agentes de pastoral familiar responder apenas perguntas de “pode e não pode”. É preciso cuidar da riqueza sacramental da Igreja sem transformar a catequese e os momentos celebrativos em julgamentos que condenam e excluem pessoas, ao invés de acolhê-las e ensiná-las o caminho de uma vivência saudável de sua fé.
Uma boa e fiel participação nos Sacramentos deve passar por um grande mergulho na misericórdia divina, pois, como diz o apóstolo Paulo, é pela graça que fomos salvos.
Acolher, discernir e integrar pessoas nesse processo de escuta e formação se torna o remédio pelo qual o amor de Deus chegará a todos os membros de nossas famílias e comunidades.
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