O Santo Padre proclamou o III Domingo do Tempo Comum como dia dedicado à celebração, reflexão e propagação da Palavra. O documento, elaborado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, assinado em 17/12/2020 pelo prefeito do Dicastério, cardeal Robert Sarah, quer contribuir para despertar a consciência sobre a importância da Sagrada Escritura para a vida dos fiéis, sobretudo na Liturgia, “que leva ao diálogo vivo e permanente com Deus”.
A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou, no ano de 2020, uma nota sobre o “Domingo da Palavra de Deus”, que o Papa Francisco instituiu em 30 de setembro de 2019 com a Carta apostólica, em forma de Motu proprio “Aperuit illis“, para recordar alguns “princípios teológicos, celebrativos e pastorais acerca da Palavra de Deus proclamada na Missa”.
Na nota destaca-se ainda que o “Domingo da Palavra de Deus” é “uma boa oportunidade para reler alguns documentos eclesiais”, de modo especial, a Praenotanda do Ordo Lectionum Missae, dividido em dez pontos, com muitas orientações para a celebração.
Não substituir as Leituras
Ao ressaltar que, “por meio das leituras bíblicas, proclamadas na Liturgia, Deus fala a seu povo e o próprio Cristo anuncia o seu Evangelho”, o Dicastério indica que “uma das modalidades rituais próprias para este domingo (…) é a procissão de entrada com o Evangelho ou, na impossibilidade, a sua colocação sobre o altar”.
Desta forma, a nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos esclarece também que as leituras bíblicas, dispostas pela Igreja no Lecionário, não devem ser substituídas ou suprimidas e, sim, utilizadas as versões da Bíblia, aprovadas para uso litúrgico.
Por isso – lê-se no documento -, “a proclamação dos textos do Lecionário constitui um vínculo de unidade entre todos os fiéis que os escutam” e se recomenda também o canto do Salmo responsorial.
A respeito da homilia, os Bispos, presbíteros e diáconos são convidados a “explicar e permitir que todos compreendam a Sagrada Escritura, tornando-a acessível à própria comunidade”, desempenhando seu ministério “com especial dedicação, aproveitando dos meios propostos pela Igreja”. A seguir, destaca-se a importância do silêncio na celebração litúrgica, porque, “ao favorecer a meditação, permite que a Palavra de Deus seja acolhida interiormente por quem a escuta”.
Cuidado para com o ambão
Em relação aos que proclamam a Palavra de Deus na assembleia – sacerdotes, diáconos e leitores -, a nota explica que se requer “preparação interior e exterior específica, familiaridade com o texto a ser proclamado e prática necessária no modo de proclamá-lo”.
O Dicastério insiste ainda a ter cuidado com o ambão, do qual se proclama a Palavra de Deus, se pronuncia “a homilia e as intenções da oração universal, mas não deve ser usado para fazer comentários, avisos, dirigir cantos”; insiste para que seja dado o devido valor ao material necessário e ao bom uso dos “livros que contêm as passagens da Sagrada Escritura”, definindo “inadequado o uso de folhetos, fotocópias, subsídios para substituir os livros litúrgicos”.
Desta forma, para que a Sagrada Escritura e seu valor nas celebrações litúrgicas sejam mais conhecidos, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos convida a promover encontros formativos, antes ou depois do Domingo da Palavra de Deus, para, por exemplo, ilustrar mais detalhadamente “os critérios de distribuição litúrgica dos vários livros bíblicos, no decorrer do ano e em seus respectivos tempos, a estrutura dos ciclos dominicais e semanais das leituras da Missa”.
Enfim, a nota do Dicastério identifica o Domingo da Palavra de Deus, onde se favorece a celebração comunitária das Laudes e das Vésperas, como uma “ocasião propícia para aprofundar o nexo entre a Sagrada Escritura e a Liturgia das Horas, a oração dos Salmos e Cânticos do Ofício com as leituras bíblicas”.
São Jerônimo, exemplo a ser seguido
A nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos conclui sugerindo que “São Jerônimo seja proposto como exemplo pelo seu grande amor que nutria pela Palavra de Deus”. De fato, na Carta Apostólica “Scripturae sacrae afetus”, escrita no último dia 30 de setembro, por ocasião do XVI centenário da morte de São Jerônimo, o Papa Francisco recordou que “ele foi um incansável estudioso, tradutor, exegeta, profundo conhecedor e apaixonado divulgador da Sagrada Escritura”. Ao meditá-la, encontrou a si mesmo, o rosto de Deus e dos seus irmãos, aprimorando sua predileção pela vida comunitária.
Fonte: Vatican News – TC/MT/RL
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