Oração dos fiéis: Unir-se a Cristo, suplicando ao Pai a vinda do Reino!
Formação Litúrgica em Mutirão - CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 54
Maria de Lourdes Zavarez
Logo após o Credo, quem preside nos convida a elevar ao Pai os nossos pedidos, nossas preces e nossa súplica pela salvação, hoje. Inspirados na recomendação de Paulo: "...apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças" (Fl 4,6) e exercendo nossa missão de povo sacerdotal, de pé, erguemos nossa voz, não só para expressar pedidos individuais, mas a súplica de todo o povo de Deus, de toda a humanidade, principalmente dos mais necessitados e sofridos que clamam por libertação e vida digna.
Nas leituras bíblicas e na homilia ouvimos e acolhemos o relato da ação salvadora de Deus no passado e no presente. Uma nova luz foi projetada sobre nossa vida e nossa realidade, confrontando-as com o projeto de Deus. O evangelho, a boa nova da salvação nos foi anunciado com o apelo amoroso de ajustarmos nossa vida à proposta de Jesus. E percebemos o quanto ainda nos falta para que seu Reino se realize plenamente entre nós.... Por isso, pedimos e suplicamos, apresentando necessidades, angústia, dor e desejos.
Alargando a oração, expressamos também a esperança e o clamor de tantas pessoas que, apesar de muitas carências, confiam em Deus: doentes, crianças e idosos abandonados, moradores de rua, presos, desempregados, dependentes de drogas, pessoas angustiadas, famintas e solitárias.
Dirigimos as preces a Deus Pai em nome de Jesus. Uma pessoa faz uma prece e todos respondemos, assumindo-a como sendo a nossa prece comum. A prece individual torna-se comunitária, torna-se prece da comunidade, oração universal: "Senhor, escutai a nossa prece!"... "Senhor, ouvi nosso clamor"!
Formamos com Jesus um só corpo, por isso, as preces são o clamor, a prece do próprio Cristo. Seu grito na cruz continua ecoando no grito de quem sofre. Ressuscitado, ele continua intercedendo continuamente junto do Pai por todos nós. "Também o Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza porque não sabemos pedir o que convém. O próprio Espírito suplica por nós com gemidos inefáveis; só ele sabe o que é preciso pedir, só ele conhece o coração de Deus" (cf. Rm 8,26-27).
Não se trata, portanto, de simplesmente ler as preces que vêm escritas em folhetos. Elas devem brotar do fundo do coração, tocado pela Palavra de Deus e movido pelo seu Espírito, no momento da celebração. As preces, que já vêm prontas no folheto ou no missal, podem até ajudar, mas não dispensam a oração que brota da comunidade celebrante, que ouviu com atenção a Palavra e, com fidelidade, deseja vivê-la. É necessário, então, deixar espaço para a participação com preces espontâneas ou mesmo feitas em silêncio. E quem preside finaliza com uma oração conclusiva, apresentando-as ao Pai por meio de Jesus.
É muito bom que a resposta às preces seja cantada. Isso ajuda a criar uma atitude mais profunda de oração, uma relação mais afetuosa com Deus Pai. O canto atinge todo o ser, nos une mais intimamente uns aos outros e com Deus na oração.
O lugar apropriado para apresentar as preces é o ambão ou mesa da Palavra. É, sobretudo, através das preces, que a comunidade revela a intensidade com que a Palavra de Deus ecoou em seu coração, suscitou-lhe um desejo sincero de vivê-la e como corpo de Cristo, continuar sua ação libertadora no mundo.
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
- Dentro do diálogo da aliança, qual o sentido e a função das preces dos fiéis?
- Qual deve ser o conteúdo das preces e a quem ela deve ser dirigida?
- O que fazer para que as preces dos fiéis deixem de ser apenas lidas e sejam um diálogo amoroso e de compromisso com o Senhor, a partir da palavra ouvida e aceita?
Fonte: CNBB
Fonte: CNBB
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