Liturgia da Palavra: Diálogo da Aliança entre Deus e seu povo!
Formação Litúrgica em Mutirão - CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 49
Maria de Lourdes Zavarez
Deus nos reúne como assembleia, para dialogar conosco e nos comunicar seus segredos, a Boa-Notícia que nos faz viver livres, fraternos e felizes.
Sua Palavra não é um conjunto de vocábulos ou uma seqüência de textos escritos e lidos. Ela é sempre (dabar) acontecimento, ação concreta a favor da vida, da libertação, da salvação de seu povo. Na Liturgia, esta Palavra é celebrada, é festejada e constitui uma ação simbólico-ritual central, um só ato de culto com o rito eucarístico. Como Deus nos fala no rito da palavra da celebração eucarística?
Ele nos fala, primeiramente nos acontecimentos, onde se realiza a Páscoa-vida e, que agradecidos, trazemos para celebrar, reconhecendo neles a ação amorosa de Deus. A vida, portanto, deve ser o primeiro livro a ser lido em nossas celebrações. Isto poderá ser feito, após a saudação inicial, como recordação da vida, ou abrindo o rito da palavra, antes da proclamação dos textos bíblicos.
Deus nos fala, também, pelas Sagradas Escrituras, nos dois testamentos, com textos escolhidos, proclamados e meditados como palavra viva e atual. Como afirma o documento do Concílio Vaticano II sobre a liturgia: "É Cristo quem fala" (SC 7). E sua fala é ação libertadora (dabar) que nos ajuda a compreender os fatos da realidade, a corrigir os rumos, nos anima e dá força para prosseguirmos na caminhada, testemunhando e realizando a Páscoa na história. Por isso, o leitor/a afirma após as leituras: "Palavra do Senhor" e depois do evangelho: "Palavra da Salvação”, ou seja, acontecimento que nos salva, nos faz passar da morte para a vida!
Palavra, canto, silêncio e gestos constituem as ações simbólicas do rito da Palavra que tem a proclamação do evangelho como ponto alto. A primeira leitura é um texto, em geral, do primeiro testamento e sempre escolhido em relação ao evangelho daquele domingo. O salmo, que vem a seguir, é escolhido como eco, como resposta à primeira leitura. Trechos significativos das cartas apostólicas, do segundo testamento, são oferecidos na segunda leitura. O canto de aclamação é um verso baseado ou tirado do próprio evangelho.
De domingo a domingo, vamos sendo alimentados pelo Senhor, com o Pão da Palavra, que nos revela seu mistério, que nos comunica sua força e nos transforma em suas testemunhas.
Com a homilia, o diálogo entre Deus e seu povo continua. Através de quem preside ou da pessoa que faz a homilia, Deus vai como que desvendando, dando-nos um novo olhar sobre nossa vida, ajudando-nos a interpretar nossa realidade, nos interpela e nos leva a aderir com renovado ardor à boa-nova do Reino. Os acontecimentos vividos e interpretados à luz das Escrituras, tendo como referência Jesus e o mistério de sua Páscoa, são os elementos indispensáveis do rito da palavra.
Movida pela Palavra de Deus proclamada, ouvida, entendida e acolhida no íntimo de cada pessoa, a comunidade faz ecoar, livre e corajosa sua adesão, na profissão de fé. Pelas preces, une-se a Cristo, suplicando ao Pai pelas suas necessidades e pelas "urgências" do mundo.
Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:
- Que elementos constituem o rito da palavra na missa?
- Como se dá o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo na celebração?
Fonte: - CNBB
Fonte: CNBB
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