Formação Litúrgica, Ficha 46: Rito Penitencial

Rito Penitencial
Formação Litúrgica em Mutirão
CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 46

Dom Manoel João Francisco
Bispo de Chapecó

Embora o Papa Paulo VI tenha dito que o rito penitencial ou a reconciliação com Deus e com os irmãos no início da missa tenha sido restaurado, segundo a primitiva norma dos Santos Padres (Missal Romano p. 19), na verdade o ato penitencial nasceu na Idade Média, entre os séculos IX e XI, e, nem sempre fazia parte dos ritos introdutórios. Às vezes era rezado depois da homilia e, outras vezes, antes da comunhão.

No século XII, em Roma, depois da pregação, os fiéis manifestavam seu desejo de perdão. Eram, então, absolvidos pelo presidente da celebração.

No século XIII, tendo-se recuperado o hábito da comunhão freqüente, alguns pastores acharam conveniente inserir na celebração, como preparação à comunhão, o rito de absolvição previsto para a comunhão dos doentes fora da celebração eucarística.

Com a promulgação do Missal de Pio V, em 1570, determinou-se que o ato penitencial fizesse parte dos ritos iniciais da missa e que fosse uma oração pessoal do presidente da celebração, como aliás, tinha sido nos seus inícios, ou seja, a partir do século IX.

Por mais que seja importante, o ato penitencial não é absolutamente necessário na estrutura da missa. Pode ser omitido ou substituído por outros ritos, como por exemplo, no Domingo de Ramos, na Quarta Feira de Cinzas, nas ocasiões em que se une as horas do Ofício com a Missa.

Existem quatro modelos de atos penitenciais no missal. O primeiro é a recitação comunitária do Confiteor (Confesso a Deus todo poderoso). O segundo é um breve diálogo: Tende compaixão de nós Senhor. Porque somos pecadores... O terceiro é uma série de aclamações a Cristo, o Senhor, com a resposta: Senhor tende piedade de nós. O quarto é a bênção e aspersão da água sobre o povo.

Segundo o Missal Romano, a bênção e a aspersão da água não é ato penitencial, mas seu substituto (Missal Romano p. 1001). No entanto, na opinião de muitos liturgistas, "constitui, sem dúvida, um dos mais belos e mais autênticos atos penitenciais. Ela, é ao mesmo tempo, uma recordação do batismo e um ato penitencial, uma ablução e uma purificação, um reconforto e um ato de salvação... Infelizmente o texto e o cântico só se encontram num apêndice do Missal" (Theodor Schnitzler, Missa, mensagem e vida, p. 91).

A dinâmica do ato penitencial é a seguinte: o presidente ou outro ministro faz uma monição, convidando à atitude de humildade e confiança. Segue-se um momento de silêncio, a realização de um dos quatro modelos, descritos acima e encera-se com a oração de conclusão que é uma absolvição em forma de pedido.

Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:

  1. Como é feito o rito penitencial nas celebrações da sua comunidade?
  2. Qual é o sentido do rito penitencial?
  3. Como dinamizar o rito penitencial ao longo do ano litúrgico?


Fonte: CNBB

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