Por que nos Reunimos para Celebrar a Liturgia?
Formação Litúrgica em Mutirão
CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 21
Frei José Ariovaldo da Silva, OFM
Você já participou muitas vezes da Missa e de outras celebrações (da Palavra, do Ofício Divino, do Batismo, do Matrimônio, de Novenas, Procissões, Romarias etc.). Aí, você se reúne com irmãos e irmãs. Às vezes com muita gente. Outras vezes com pouca. Mas sempre estão juntos para celebrar. E juntos formam uma assembleia litúrgica.
Participando de celebrações litúrgicas e olhando para as pessoas aí reunidas, às vezes fico pensando e me pergunto: O que faz estas pessoas virem à igreja? O que as faz se juntar a esta assembleia e participar desta celebração? O que vai no íntimo de cada um, como interesse último? O que nos reúne em oração, em celebração, em assembleia litúrgica?
As motivações que levam as pessoas a participar de alguma Liturgia são muitíssimas e muito variadas, como é variada a história de cada um: costume, tradição, obrigação, medo, busca de solução para determinados problemas, gratidão pela solução de outros, paixão pela Palavra e pela memória da Páscoa, gratidão a Deus pelo imenso amor que tem por nós, energia para viver a Boa-nova do Reino de Deus, amor à Comunidade (Corpo de Cristo, povo de Deus, povo sacerdotal, família de Deus, Igreja)...
Mas, bem no fundo, direta ou indiretamente, há uma motivação comum que move e une a todos. Quando as pessoas vêm buscar segurança, saúde, emprego, moradia, harmonia familiar e social, para si e para os outros, quando agradecidos vêm louvar a Deus, e quando na Liturgia encontram força e sentido para a luta em favor da justiça do Reino, no fundo há um dado comum motivando a reunião de todos. É o amor à vida! O compromisso com a vida! Porque a vida é importante! Afinal, todos querem viver, todos apreciam viver, viver pra valer, eternamente, e todos queremos que todos vivam. Por isso nos reunimos. No fundo, é a importância que damos à vida e o amor que temos por ela que nos congrega para celebrar.
Ora, isso me faz pensar em Deus. Pois Deus é bem desse jeito: Amor à vida. Como diz Santo Irineu: "A glória de Deus é a vida das pessoas". Pois Deus é a própria fonte da vida. A origem da vida. E a vida é importante para Ele. Por isso o chamamos de Pai.
Este amor de Deus pela vida se tornou patente em Jesus Cristo, principalmente na sua morte e ressurreição, pela qual nos libertou para a vida em plenitude.
Assim, nas pessoas que se reúnem em assembleia para celebrar a Liturgia, percebo que, no fundo, todos juntos estão imitando aquilo que Deus mesmo é: A à vida. É um sinal do compromisso com vida, que está no coração de Deus e de todos nós.
Nas pessoas reunidas em assembleia, mais que um sinal de Deus, vejo Deus mesmo nesta comum-união litúrgica de exaltação da vida. Vejo o Deus da vida nos sinais desta assembleia de irmãos e irmãs que se congregam de toda parte...
O que faz Deus ser esta fonte de amor à vida? É o fato de ele mesmo ser comunidade: Santíssima Trindade. Dela é que explode a vida. Dela desabrocha também o mais perfeito serviço à vida em Jesus Cristo. E dela vem a mais intensa animação da vida pelo Espírito que nos foi dado.
Participar de uma assembleia litúrgica é, no fundo, experimentar que o Deus Trindade não está longe, está perto, muito perto. Por isso nos reunimos para celebrar a Liturgia.: Porque o amor que Deus tem pela vida se fez corpo nesta assembleia reunida que é o próprio templo da Trindade.
Nós nos reunimos para celebrar a Liturgia, porque a Liturgia vem de Deus como serviço à vida contra todos os poderes de morte. Na assembleia litúrgica experimentamos a Santíssima Trindade no seu templo que somos nós. Nela nos fortalecemos para a solidariedade e a paz em favor da vida, sobretudo dos mais pobres...
Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:
- Para que normalmente você vai à Igreja?
- O que vem ao seu coração quando você vê uma assembleia reunida em oração?
- Como acolhemos e sentimos o carinho que Deus tem pela vida?
- Como deveria ser a celebração de uma assembleia litúrgica comprometida com a vida?
Fonte: CNBB
Fonte: CNBB
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