A Campanha para a Evangelização associa a Encarnação do Verbo e o nascimento de Jesus Cristo com a missão permanente da Igreja que é evangelizar. Inicia-se na festa de Cristo Rei, e encerra-se no terceiro domingo do Advento, quando deve ser realizada nas comunidades a Coleta para a Evangelização.
Durante a Campanha deste ano, ocorrerá a abertura do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. É desejo do Papa Francisco que a Igreja anuncie a misericórdia, caminho que une Deus e os homens, e nutre a esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.
As comunidades são chamadas a prepararem as pessoas para contemplarem o rosto misericordioso de Deus, manifesto na ternura do Filho que Maria Santíssima apresenta a todos, e acolherem os valores que Ele nos anuncia.
Oração da CE
Pai Santo,
quisestes que a vossa Igreja fosse no mundo fonte de salvação para todas as nações,
a fim de que a obra do Cristo que vem continue até o fim dos tempos.
Aumentai em nós o ardor da evangelização, derramando o Espírito prometido,
e fazei brotar em nossos corações a resposta da fé.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém!
O pecado e o Protoevangelho
O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e, por isso, só encontra a verdadeira realização em Deus. Sua vida deve ser voltada para Ele e nele está a razão de seu existir e de sua felicidade.
O pecado é a grande ameaça a esta felicidade humana, uma vez que representa uma ruptura no relacionamento com Deus. O pecado de Adão muda os rumos da his- tória e enterra o sonho de felicidade do ser humano. Só traz sofrimento, dor e morte. Desumaniza a pessoa.
Assim, temos os sinais de morte presentes no mundo, como a violência, o desrespeito à dignidade humana e aos direitos pessoais e sociais, as doenças, o medo, os traumas, as neuroses etc.
Mas, como diz a Oração Eucarística IV, “quando pela desobediência perderam a vossa amizade, não os abandanastes ao poder da morte, mas a todos socorrestes com bondade, para que, ao procurar-vos, vos pudessem encontrar”. E este socorro é anunciado no protoevangelho: “E o Senhor Deus disse à serpente: ‘Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selvagens. Rastejarás sobre teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. Porei inimiza- de entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar’” (Gn 3,14-15).
Esta promessa é cumprida em Jesus Cristo. Todos esta- mos acostumados a ver a imagem de Nossa Senhora das Graças, na qual ela pisa na cabeça da serpente, indicando que por seu filho Jesus, o mal é vencido. O Natal é o cumprimento dessa promessa.
Jesus: Deus salvará seu povo de seus pecados
O Evangelho de São Mateus nos diz: “José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho que lhe disse: José, filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,19-21).
Jesus veio ao mundo como salvador e manifestou isso com palavras e com gestos. Afirmou que “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). “Dá a sua vida para a salvação do mundo” (cf. Jo 6,51).
Campanha para a EvangElização 2015
Esta salvação nos mostra o Deus misericordioso que veio ao nosso encontro. No cântico do Magnificat, Maria afirma que Deus “acolheu Israel, seu servo, lembrando–se de sua misericórdia” (Lc 1,54).
E o Deus misericordioso exige de nós misericórdia. Jesus afirmou: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!” (Mt 5,7). Também nos diz que “com o mesmo julgamento com que julgardes os outros sereis jul- gados; e a medida que usardes para os outros servirá para vós” (Mt 7,2).
O Natal nos manifesta este amor misericordioso de Deus e nos convida a viver segundo esse amor.
A missão da Igreja e o anúncio querigmático
A Igreja é a continuadora da obra de Cristo e cumpridora do seu mandato: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo (cf. Mt 28,19-20). Fazer discípulos de Jesus é criar condições para que a misericórdia se faça presente nos corações dos fiéis.
Este trabalho tem início com o querigma, o primeiro anúncio, assim definido pelo Papa Francisco: “É o fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz crer em Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia infinita do Pai”. Anunciar a salvação em Jesus Cristo é anunciar o Deus misericordioso que vem ao nosso encontro. Não se trata de um mero anúncio que precisa ser conhecido no seu conteúdo, mas o anúncio de uma forma de relaciona- mento amoroso e misericordioso entre o nosso Deus e seus filhos e suas filhas.
Este anúncio querigmático deve ser assumido comunitariamente e, por isso, nunca podemos nos esquecer que a comunidade é evangelizadora principalmente porque ela é capaz de vincular o querigma com a realidade local, de modo que a Palavra anunciada se torna ao mesmo tempo pertinente com a situação do povo em geral e cria laços entre as pessoas e o próprio Deus, num processo constante de construção de comunhão.
Por responder às necessidades da comunidade local, o anúncio querigmático é o caminho para a construção da verdadeira misericórdia, que é resultado do diálogo entre a Palavra anunciada e todas as situações de morte que são causa de infelicidade das pessoas.
Somente a comunidade evangelizadora e evangelizada é uma comunidade verdadeiramente misericordiosa e, por isso, bem-aventurada. Por isso, nos preparando para celebrar o Natal do Senhor, devemos nos empenhar no trabalho evangelizador para manifestar o Natal como a chegada daquele que nos traz a salvação e nos mostra, no seu significado mais profundo e em todas as suas decorrências, o amor misericordioso do nosso Deus.
O Papa Francisco e a Bula Misericordiae Vultus
No Natal, celebramos a vinda de Jesus Cristo. O Papa Francisco inicia a sua Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia afirmando o seguinte: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”.2 No Natal, a misericórdia de Deus vem ao nosso encontro na pessoa de Jesus. De- vemos ver nele e aprender dele as exigências da misericórdia, assim como nos alegrar, porque Deus nos ama tanto.
A misericórdia, no dizer do Papa Francisco, é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Deus é amor e a misericórdia é a forma amorosa que Deus escolheu para se relacionar conosco. Jesus nos disse: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Jesus nos mostrou o amor misericordioso de Deus para conosco e nós devemos nos aprofundar na vivência da misericórdia para sermos obedientes ao novo mandamento de Jesus.
Para que possamos crescer na vivência da misericórdia, é necessário que façamos a experiência da misericórdia que Deus tem por nós, é necessário que experimentemos o seu amor em nossas vidas. E o amor de Deus se manifesta de forma mais profunda no perdão dos peca- dos. Todos nós experimentamos esse amor, pois todos somos pecadores, mas nem sempre temos consciência disso.
A partir dessa tomada de consciência, poderemos mostrar ao mundo, conforme nos pede o Papa Francisco, que “a misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata, mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho até o mais íntimo das suas vísceras”.
Com isso, percebemos a importância da misericórdia no trabalho evangelizador: precisamos levar a humanidade a fazer a experiência do amor misericordioso de Deus, não só em vista da própria salvação, mas também para desenvolver com os irmãos e as irmãs novas formas de relacionamento fundamentadas na misericórdia como caminho de superação da cultura da morte presente na nossa sociedade através da construção da civilização do amor.
O Papa Francisco, na Bula Misericordiae Vultus, nos diz que “A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa” (n. 12). Por causa disso, a Campanha para a Evangelização deste ano escolheu como tema a Misericórdia.
O Natal é, por excelência, a experiência do Deus misericordioso que enviou seu Filho ao mundo para concretizar o seu plano salvífico da humanidade. Somos convidados a fazer deste Natal, no contexto do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, uma rica experiência do amor de Deus.
O mundo precisa fazer esta experiência nova de Natal para viver seu verdadeiro espírito. Como sabemos, o Natal se tornou uma festa mundana: a festa do comércio, do lucro, do consumo, da gula e da embriaguez. Em nome do nascimento de Jesus, muita gente faz tudo o que Ele não faria nem gostaria que alguém fizesse. O mito do Papai Noel é o dono da festa e muitos são excluídos dela por falta de recursos. É uma experiência de pura materialidade.
O Papa Francisco nos diz: “A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai”. Que o Natal seja marcado pela presença evangelizadora da Igreja anunciando a misericórdia.
A Campanha para a Evangelização deve sensibilizar todos os fiéis para que possam contribuir, seja pela atuação pastoral, seja pela ajuda material, com o anúncio desta verdade: Jesus é a maior manifestação da misericórdia de Deus.
A Campanha para a Evangelização
A Campanha para a Evangelização foi criada pela Conferência Nacional dos Bispos em 1998, para o exercício da solidariedade de todos os católicos no sustento da missão evangelizadora da Igreja em nosso país. A Campanha deve ser realizada tendo o seu início na festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, e encerrada no terceiro domingo do Advento, com a realização da Coleta para a Evangelização.
O objetivo da Campanha é despertar os discípulos e as discípulas missionários(as) para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil.
A Coleta para a Evangelização
O gesto concreto de colaboração dos discípulos e das discípulas missionários(as) na Coleta para a Evangelização será partilhado, solidariamente, entre as Dioceses, os 18 Regionais da CNBB e a CNBB nacional, visando à execução de suas atividades evangelizadoras.
Dia 13 de dezembro – Coleta para a Evangelização
A Campanha para a Evangelização segue o exemplo das primeiras comunidades, às quais Paulo recomendava que os que têm se enriqueçam de boas obras, deem com prodigalidade e repartam com os demais (cf. 2Cor 8 e 9).
A destinação da Coleta
Com esse espírito de solidariedade e testemunho, os re- cursos arrecadados por essa Campanha são repartidos, da seguinte maneira:
Informações sobre o repasse
O Repasse para a CNBB nacional deverá ser realizado preferencialmente por meio de pagamento do boleto bancário.
CONTA PARA DEPÓSITO
CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Caixa Econômica Federal
Agência 2220
Operação 003
Conta corrente 9 – 0
Em caso de depósito, enviar comprovante para
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