Ritos finais: O Corpo eclesial de Cristo é enviado em missão
Formação Litúrgica em Mutirão - CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 73
Maria de Lourdes Zavarez
A conclusão da celebração eucarística se dá com os ritos finais: avisos da comunidade, bênção final e despedida. Os ritos finais e os ritos iniciais estão ligados entre si e expressam nosso jeito de compreender e ser Igreja, tendo a Trindade como fonte e horizonte: somos povo convocado pelo Pai, reunidos no amor de Cristo, animados pela força do Espírito Santo.
Assim reunidos, celebramos a memória do mistério pascal, que nos torna cada vez mais, como batizados, um corpo comunitário, ressuscitado e todo ministerial – o corpo eclesial do Cristo.
Somos chamados a permanecer com Ele e ser enviados em missão (cf. Mc 3,14) para ser no mundo, o sacramento de unidade e salvação de todo gênero humano (cf. LG 1), portadores e agentes da boa-nova do amor, da solidariedade, da justiça, da paz, da transformação pascal da vida e da história, aliança entre todos os povos e culturas.
Por isso, tem muito sentido dar os avisos, nos ritos finais. Eles devem ser feitos com muita clareza e objetividade, motivando toda a comunidade a participar das várias tarefas pastorais, como engajamento na missão. Este também é um momento oportuno para saudar aniversariantes ou pessoas homenageadas.
A bênção em nome da Trindade expressa que a celebração se prolonga na vida cotidiana em todas as suas dimensões: pessoal, familiar, social, política... É importante valorizar as varias possibilidades de bênçãos e oração sobre o povo que o missal romano apresenta acompanhando os tempos e festas litúrgicas. Também poderá ser cantada.
Para as palavras finais de despedida, o missal também apresenta alternativas. Estas palavras devem ressaltar que a graça do Senhor nos acompanha dia-a-dia e nos ajuda a realizar, com nossa vida, um culto espiritual, agradável ao Senhor (cf. Rm 12, 1-2). Também a despedida poderá ser relacionada com o evangelho proclamado. Isto exige preparação e cuidado para não se prolongar demais.
Um canto final entoado pela equipe de cantores ou mesmo uma música executada pelos instrumentistas podem acompanhar a saída da assembléia que se dispersa, alegre, conversando descontraída e animada para seus afazeres diários e sua missão no mundo.
A celebração da eucaristia constitui a comunidade eclesial. É fonte e cume da vida cristã. Portanto, é necessário e urgente o trabalho de despertar a consciência de cidadania eclesial, para que todas as comunidades, que são impedidas atualmente, por falta de ministros ordenados, possam reivindicar este direito irrenunciável, como povo sacerdotal, de realizá-la, pelo menos aos domingos.
Ser comunidade, Corpo eclesial do Senhor, movido pelo sopro divino, sinal e instrumento de transformação pascal, é permanente dom do Pai, é graça, é exigência e finalidade da eucaristia, cujo sentido não se esgota na ação celebrativa, mas se prolonga nas lutas diárias da humanidade, até que o Reino de Deus chegue à sua realização plena e definitiva.
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
- Qual a importância dos ritos finais na celebração eucarística?
- Façam uma pesquisa no Missal Romano, buscando e analisando as diversas alternativas de Bênçãos solenes e Oração sobre o povo que ele nos oferece.
- O que deve ser feito para que os ritos finais expressem o envio da comunidade em missão?
Fonte: CNBB
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