CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS (V)
Formação Litúrgica em Mutirão - CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 65
Ir. Veronice Fernandes
Os ministros e ministras da liturgia da palavra
São diversos os ministros e ministras que se colocam a serviço do Senhor e da assembléia litúrgica para a proclamação da Palavra de Deus.
Os leitores e leitoras assumem um verdadeiro ministério litúrgico (cf. SC 29). Proclamam a palavra do Senhor, são servidores de Jesus Cristo, emprestam a própria voz para que o anúncio salvífico chegue ao coração das pessoas. Para isso, é importante a preparação dos mesmos: "O que mais contribui para uma adequada comunicação da palavra de Deus à assembléia por meio das leituras é a própria maneira de proclamar dos leitores, que devem fazê-lo em voz alta e clara, tendo conhecimento do que lêem" (OLM, 14). Daí exige-se dos que proclamam as leituras "uma preparação em primeiro lugar espiritual, mas é necessária também uma preparação técnica. A preparação espiritual supõe pelo menos dupla instrução: bíblica e litúrgica. A instrução bíblica deve encaminhar-se no sentido de que os leitores possam compreender as leituras em seu contexto próprio e entender à luz da fé o núcleo central da mensagem revelada. A instrução litúrgica deve facilitar aos leitores certa percepção do sentido e da estrutura da liturgia da palavra e a relação com a liturgia eucarística. A preparação técnica deve capacitar os leitores para que se tornem sempre mais aptos na arte de ler diante do povo, seja de viva voz, seja com a ajuda de instrumentos modernos para a ampliação da voz" (OLM 55).
O diácono é o ministro que tem a função de proclamar o Evangelho, ponto alto da liturgia da palavra (cf. OLM 13,17) e também fazer de vez em quando a homilia (cf. OLM 50). O salmista entoa o salmo que é palavra de Deus cantada. Este deve ser "dotado da arte de salmodiar e de uma boa pronúncia e dicção" (OLM 56; IGMR 102). Para este também é necessário formação bíblico-litúrgica, espiritual, musical e técnica.
O homiliasta que na maioria das vezes é o presidente da celebração, ou eventualmente um outro padre ou diácono (cf. OLM 38, 41, 50; IGMR 66), faz a homilia de tal forma que o povo compreenda saborosamente palavra de Deus e possa ligar textos sagrados à realidade na qual vivemos e o mistério celebrado.
O(a) animador(a) introduz as leituras com palavras claras, sóbrias e concisas, ajudando a assembléia a estar atenta à escuta. É importante a postura do corpo, o tom da voz, o olhar dos ministros e ministras da palavra, a boa qualidade do som... Tudo deve preparado e realizado com verdadeira unção para que a palavra de Deus seja proclamada dignamente e cumpra sua missão.
A assembléia ouvinte da palavra
Deus quer dialogar com seu povo e transmitir sua palavra salvífica. A assembléia, animada pela fé, escuta atentamente a palavra da aliança, com o ouvido do coração. Da escuta brota a resposta cheia de fé de um povo que quer sempre mais firmar a aliança com o Deus salvador. A palavra reúne, faz crescer e alimenta o povo de Deus (cf. OLM 44; DV 21). A palavra é força de salvação para os que crêem. Cabe à assembléia escutar com disposição interior e exterior para que cresça na vida espiritual e na experiência do mistério na celebração e na vida cotidiana.
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
- Como os leitores e leitoras devem se preparar para proclamar bem a Palavra de Deus?
- Recebem alguma preparação para exercerem o ministério da Proclamação da Palavra?
i - Cf. OLM n. 44-48.
* Artigo publicado na Revista de Liturgia, São Paulo, n. 179, 2003, p.4-9
Fonte: CNBB
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