Formação Litúrgica, Ficha 52: Homilia: Conversa Familiar, ligando Vida, Bíblia e Celebração! (II)

Homilia: Conversa Familiar, ligando Vida, Bíblia e Celebração! (II)
Formação Litúrgica em Mutirão
CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 52

Maria de Lourdes Zavarez

Cremos que é o próprio Cristo que fala, quando na liturgia, são lidas e explicadas as Escrituras. E a homilia é ação do seu Espírito.

Ele abre a comunidade para compreender, saborear e aceitar a Palavra proclamada, perceber o sentido dos acontecimentos à luz da Páscoa, renovar em ação de graças sua fé, retomar os motivos de sua esperança e se comprometer com a fraternidade, a justiça e o mandamento do amor.

Esta ação não se dá automaticamente. É trabalho conjunto do Espírito e da comunidade celebrante.

Além de fazer a ligação entre os textos bíblicos e a vida, é função da homilia abrir e conduzir a assembléia para dentro mistério da salvação, acontecendo no momento celebrativo. É sua dimensão mistagógica nem sempre levada em conta em nossas celebrações.

E como fazer isto? Primeiramente, evocando as ações libertadoras que Deus realizou e realiza por nós em Jesus. Ele é o grande motivo da ação de graças que a comunidade faz a seguir na oração eucarística. E, depois, despertando na assembléia a atitude de oferenda e comunhão com Cristo ao Pai.

A pessoa responsável pela homilia é normalmente quem preside, que poderá envolver outras pessoas e até toda a assembléia na partilha da Palavra. É uma tarefa sagrada. Daí decorre sua responsabilidade de preparar-se bem durante a semana.

Neste sentido, muito tem ajudado um jeito antigo de ler a Bíblia, redescoberto e utilizado recentemente, por muitas comunidades cristãs, a leitura orante, ou lectio divina. Esse método consta de quatro momentos ou passos:

a) a leitura aprofundada e cuidadosa dos textos bíblicos indicados, ou pelo menos do evangelho;
b) a meditação, ligando os textos bíblicos com nossa vida, com a realidade que nos cerca;
c) a oração brotando desta meditação: "O que esta palavra nos leva a dizer a Deus"?
d) a contemplação, momento de entrar em comunhão íntima, deixando-nos conduzir pela ação amorosa do Senhor".

Para manter a dimensão orante, dialogal, profética e mistagógica, três perguntas poderão orientar e facilitar a participação da assembléia nesta conversa familiar, que é a homilia: 

a) Qual a boa notícia de Deus para nós hoje?
b) Qual o apelo que Ele nos faz?
c) Que resposta daremos a esta Palavra na celebração e na vida?

O silêncio torna-se indispensável no final da homilia. Assim a resposta à Palavra, a ser dada pela comunidade, na celebração e na vida, ganhará autenticidade, realizada primeiro, no íntimo de cada pessoa, pela ação do Espírito. Este momento poderá ser seguido de um refrão, inspirado na Palavra.

  1. Qual a atuação do Espírito Santo na homilia?
  2. Fazer uma experiência de leitura orante do evangelho na reunião de preparação da equipe, ou mesmo como oração pessoal, preparando-se para fazer a homilia.
  3. As homilias nas celebrações de sua comunidade têm conduzido ao compromisso com a Palavra no momento celebrativo e na vida cotidiana? O que fazer para que isto aconteça?


Fonte: CNBB

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