Procissão de Entrada
Formação Litúrgica em Mutirão
CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 44
Dom Manoel João Francisco
Bispo de Chapecó
Inicia-se a missa com a procissão de entrada. O documento 43 da CNBB, sobre a animação da vida litúrgica no Brasil, lembra que "há possibilidade de uma grande variedade nesta procissão. O Missal Romano prevê, se oportuno, o uso de cruz processional acompanhada de velas acesas, turíbulo já aceso, livro dos Evangelhos ou Lecionário. Outras circunstâncias poderão sugerir novos elementos como círio pascal, água benta, bandeira do padroeiro numa festa de santo, ramos, cartazes com dizeres, participação de representantes da comunidade (adultos, jovens, crianças)".
Nos primórdios da Igreja a procissão de entrada era muito solene. Era feita, quase sempre, de uma igreja para outra. Com o tempo o presidente da celebração passou a se paramentar diante do altar. Hoje, com a reforma litúrgica, prescrita pelo Concílio Vaticano II, recuperou-se o valor desta procissão. Em alguns lugares, voltou-se a fazer, inclusive, a procissão de uma igreja para a outra, principalmente no período da Quaresma.
O sentido desta procissão deve ser buscado no contexto mais amplo da caminhada que as pessoas fazem de suas casas até a igreja. Ela lembra que somos peregrinos neste mundo a caminho da casa de Pai.
O grande liturgista, cardeal Giacomo Lercaro, orientava que esta procissão devia ser feita com muita consciência e cuidado, pois não é um simples símbolo, mas contém uma realidade muito profunda. "Caminhando para o altar, dirigimo-nos para o Cordeiro, que no altar está vivo e triunfante (Ap 5,6). É toda a realidade, infra-humana e humana; é a Igreja particularmente que se torna comunidade peregrina, desejando finalizar-se em Deus".
"Executado o canto de entrada, o sacerdote, de pé junto à cadeira, junto com toda a assembléia faz o sinal da cruz" (IGMR 28, na nova edição, 50).
Provavelmente o sinal da cruz foi prática muito comum entre os primeiros cristãos, pois é uma espécie de resumo da fé. Santo Agostinho e São Jerônimo relatam que os cristãos de seu tempo o traçavam na fronte, sobre os lábios e sobre o peito. O uso de iniciar a missa com o sinal da cruz, já se encontra registrado nas Constituições Apostólicas, um escrito do século IV. Este sinal lembra, em primeiro lugar, que a Missa é a memória do sacrifício de Cristo na Cruz. O que é proclamado e realizado no auge da celebração já é, como que anunciado, no seu início. O sinal da cruz, no início da Missa, lembra também que participar da missa é um privilégio de quem já foi batizado. Na Igreja dos primórdios, nem mesmo os catecúmenos, que já eram considerados cristãos, podiam participar da missa. O povo de Deus só começou a comer o maná depois que passou pelo Mar Vermelho, da mesma forma, só quem já passou pelas águas e foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo pode participar do banquete eucarístico. Fazer o sinal da cruz no início da missa significa também que a Eucaristia, bem como toda ação litúrgica, é obra da Santíssima Trindade. Por ela, "o Pai, por Cristo e no Espírito Santo santifica a Igreja e, por ela o mundo; o mundo e a Igreja, por sua vez, por Cristo e no Espírito Santo dão glória ao Pai" (Puebla 917).
Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:
1. Qual o sentido da procissão de entrada?
2. Qual o sentido do sinal da cruz no início da missa?
3. Como deverá ser feito o sinal da cruz no início de uma celebração? Por que?
Fonte: CNBB
Fonte: CNBB
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