Formação Litúrgica em Mutirão - CNBB - rede celebra - revista de liturgia
Ficha 05
Pe. Marcelino Sivinski
Sempre mais em nossas celebrações vão acontecendo acolhidas fraternas, carinhosas e marcadas pela alegria. Pessoas na entrada da igreja ou capela acolhem bem os irmãos e os saúdam com simpatia e prazer, dando uma atenção especial às crianças, aos idosos e às pessoas com deficiência. Entregam folhas de canto, velas, flores, fitas e outros objetos que serão utilizados na celebração. Muitas vezes, é uma equipe de acolhida que em nome da comunidade assume esse serviço, inspirada na atitude da Mãe de Jesus, nas bodas de Cana, não permitindo que nada falte para que a oração transcorra num clima tranquilo e participativo.
Não faz muito tempo, recebi uma carta muito significativa do Rubens Pereira de Paula, escrevendo o seguinte: Com o devido respeito, peço vênia, para fazer uma sugestão, que no meu modo de entender, talvez possa em longo prazo, atrair mais fiéis para a nossa Igreja. Assistimos às celebrações da Igreja católica e aceitamos as diferentes formas de ritos, nos quais já estamos acostumados, talvez, desde que como eu, do nascimento há 75 anos, que indiscutivelmente são belíssimos e de conformidade com os ensinamentos da Sagrada Escritura. Entretanto, entendo que deveria ser acrescentada, principalmente, nas celebrações das santas missas, uma colhida mais humana do celebrante, que, queiram ou não, exerce a liderança de fato na comunidade. Essa acolhida consistiria numa congratulação com os presentes, que ali foram para rogar, agradecer, orar deixando de lado as atribulações cotidianas, enfrentando o mau tempo, transporte, enfermidade e outras coisas, para ali estar junto aos irmãos.... Um agrado para muitos que pelos mais diferentes motivos estão ali presentes. Aí sim, após essa acolhida humana, iniciar a celebração, em nome do Pai... Como fazem a maioria dos sacerdotes, é muito formal, insípida e não atrairá ninguém para o nosso culto. Respeitosamente....
Agradeço de coração pela avaliação e pelas sugestões do senhor Rubens. Na verdade, precisamos rever a acolhida, investir em equipes e no jeito de acolher as pessoas e no modo de constituir a assembleia para a celebração.
É Deus mesmo que nos reúne e acolhe em seu amor pelos gestos, pelo olhar, pela saudação e pela acolhida dos ministros e da equipe de acolhida. Através deles Deus quer manifestar a sua ternura, o seu carinho e a sua alegria de Pai que acolhe seus filhos e suas filhas.
Nós somos o povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. Em cada rosto e olhar é Cristo que nos acolhe. Em cada abraço e aperto de mão somos recebidos pelo Senhor. As pessoas, pouco a pouco, vão chegando para a celebração e a presença e a ação do Espírito vão juntando os corações e criando laços que nos entrelaçam com Ele, com os irmãos e com o Pai. Por isso, em cada celebração dizemos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
O Cristo ressuscitado nos acolhe e nos comunica a sua força pascal através da acolhida dos irmãos. Nós comunicamos a vida do Ressuscitado às pessoas no gesto de acolhimento.
Os ritos iniciais têm como objetivo a acolhida humana, simples e fraterna. A acolhida é o começo da celebração e deve ajudar a criar o clima de oração. Deve motivar a abertura do coração para o encontro Deus. A acolhida reúne as pessoas no carinho de Deus e cria na força do Espírito Santo a assembleia litúrgica.
A acolhida bem feita e a celebração participada nos ajudam a vivenciar o que está escrito na carta aos Efésios: Vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça. É dele que o corpo todo recebe coesão e harmonia, mediante toda sorte de articulações e, assim, realiza o seu crescimento, construindo-se no amor, graças à atuação devida a cada membro (Ef 4,15-16).
Perguntas para a reflexão pessoal e em grupos:
- Como é feita a acolhida ao povo em nossas celebrações?
- Quem nos acolhe na pessoa dos ministros e das pessoas da equipe de celebração?
- Portanto, o que é preciso fazer para garantir uma boa acolhida nas celebrações?
Fonte: CNBB
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